Equipe do campus ofertou capacitação sobre agrossistemas voltados para a agricultura familiar
No último domingo (28), o Campus Sousa do IFPB deu mais um passo na parceria com a Associação Cultural Pisada do Sertão, uma entidade que atua em 10 municípios do Alto Sertão Paraibano nas áreas de desenvolvimento integral, educação socioambiental e desenvolvimento territorial e comunitário. Na ocasião, a equipe do campus ministrou uma oficina para os educadores da associação sobre a criação e a implantação de agrossistemas, uma prática fundamental para os agricultores familiares do território. A oficina foi realizada em conjunto com servidores do Campus Cajazeiras do IFPB, que vem desenvolvendo ações articuladas com o Campus Sousa para gerar impactos positivos para as comunidades atendidas pelos dois campi.
A oficina foi ministrada pelo Diretor-geral do Campus Sousa, Chico Nogueira, e pelo professor Tibério Araújo após uma série de conversas com a equipe da Pisada do Sertão sobre as principais demandas da associação e da população atendida por ela. De acordo com a fundadora e diretora da Pisada do Sertão, Ana Neiry de Moura, a organização surgiu há 19 anos no município de Poço de José de Moura (PB) como uma ferramenta de inclusão para jovens que se encontravam em vulnerabilidade social.
Ana Neiry explicou que a Pisada do Sertão promove a cultura e o desenvolvimento territorial da região, ofertando qualificação profissional nas áreas de economia criativa, audiovisual, corte e costura, artesanato e empreendedorismo, todas relacionadas aos arranjos produtivos locais. Apenas em 2023, a Pisada capacitou mais de mil pessoas e colocou mais de 200 pessoas no mercado de trabalho com o apoio de parceiros como o BTG Pactual, o Itaú Social, o Santander e o B3 Social. “O nosso propósito é realmente ter essa visão do Sertão como uma referência em inovação e sustentabilidade”, afirmou Ana Neiry.
É nesse contexto que se insere a parceria entre a Pisada do Sertão, o Campus Sousa e o Campus Cajazeiras, que somam forças para potencializar projetos na área de agricultura familiar, principalmente através da agroecologia. Após os primeiros contatos entre as duas instituições, teve início a implantação de um projeto chamado Comunidades Solares nas cidades de Poço de José de Moura e em Poço de Dantas (PB). O projeto Comunidades Solares trabalha na perspectiva de criação de quintais produtivos e também de geração de energias renováveis.
Durante as conversas entre as entidades, o Diretor-geral do Campus Sousa, Chico Nogueira, e o professor Tibério Araújo, em conjunto com servidores do Campus Cajazeiras, propuseram a realização de uma oficina para os educadores da Pisada do Sertão, os profissionais que vão elaborar e aplicar o diagnóstico junto com as famílias usuárias dos agrossistemas.
“Recebemos excelentes feedbacks dos participantes, que mencionaram a profundidade dos diálogos promovidos e das reflexões sobre a necessidade de fazer uma imersão na história da família de agricultores que se beneficiarão desses sistemas, colocando essa família como protagonista do processo. No aspecto mais técnico da capacitação, os participantes destacaram a metodologia proposta e a aplicabilidade dos conteúdos ministrados para a criação e implantação dos sistemas produtivos”, sublinhou Ana Neiry.
Ainda segundo Ana Neiry, o sucesso da oficina reiterou a importância de oferecer uma formação continuada aos educadores para atuar diretamente com as famílias agricultoras da região. Além disso, a diretora da Pisada do Sertão reforçou a possibilidade de estreitar os laços com o Campus Sousa através da atuação dos estudantes do campus em estágios nos projetos que a associação desenvolve nas cidades de Poço José de Moura e Poço Dantas.
“Na minha visão, o Campus Sousa pode desempenhar dois papéis importantes para a região: primeiro, o de articulação entre os atores envolvidos no desenvolvimento do sertão e, segundo, uma atuação formativa e de assistência técnica a pessoas que não têm acesso a esses conhecimentos. Nesse sentido, o IFPB e a Pisada partilham da mesma ideia de acreditar que é por meio do desenvolvimento das pessoas que a gente vai desenvolver o lugar. É por meio do acesso à educação, mas da educação que tem relação com a identidade do lugar. Então, cada dia que o Campus Sousa estiver fora dos seus muros e entrando nas pequenas cidades que tem essa produção da agricultura familiar, ele vai fortalecer o seu papel social e a comunidade como um todo vai se beneficiar desse processo”, concluiu Ana Neiry.
Por Amanda Tavares de Melo
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